"O Coração do Papai Noel"
No meu dia a dia como carteiro, já me emocionei muito com situações diversas em todos os lugares onde trabalhei - Teotônio Vilela, na DR/AL, em Propriá, Santana do São Francisco e agora em Neópolis, pela DR/SE. Em várias oportunidades, tive que entrar nas residências dos destinatários, às vezes porque estes estavam doentes e a pessoa que me atendia insistia para que entrasse para colher a assinatura, quando se tratava de correspondência registrada. Ai tinha que ficar um pouco e escutar a história do "paciente".
Outras vezes, a emoção vem pela oportunidade de ajudar ou até socorrer alguém em alguma situação difícil - e o carteiro, além de gozar da confiança de quase todas as pessoas, especialmente nas cidades menores, ainda costuma chegas exatamente "naquela hora". Assim vão se somando os fatos, alguns engraçados, outros curiosos, outros muito emocionantes. São exatamente esses últimos que mais toca o coração da gente e marcam nossas vidas.
Sou licenciado em Estudos Sociais e, até por esse motivo, sempre procurei ajudar as pessoas. Trabalhando aqui na região do Baixo São Francisco, tenho me deparado com muitas comunidades pobres, fato que me motivou a participar da campanha do Papai Noel dos Correios. Vendo o exemplo do colega Ginaldo, que não mede esforços para que o projeto aconteça com sucesso, passei a estimular as crianças a escreverem ao Papai Noel.
Nos últimos três anos, cheguei a enviar ou entregar pessoalmente à ASCOM entre 400 e 500 cartas escritas por crianças daqui de Neópolis e Santana de São Francisco. Já por três vezes, o próprio Ginaldo traz o carro da empresa cheio de presentes e deixa aqui comigo. Então eu marco a data da entrega, aviso às mães das crianças e, no dia marcado, com a ajuda de pessoas amigas, a gente faz uma grande festa, com direito até a lanche para as crianças.
A cada ano vivo emoções diferentes, mas este último Natal foi especial. Estava eu vestido de Papai Noel, entregando presente, quando uma garotinhas "grudou" em mim. Ela me seguia a cada passo que eu dava. Num determinado momento, após eu ter feito a entrega de um presente a outra criança, ela me puxou pela roupa e perguntou : "Papai Noel, o senhor tem coração?." Sinceramente, isso me deixou muito emocionado.
fonte: Jornal Correios Sergipe ASCOM DR/SE
Nº 29 janeiro 2014
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